... e "the partisan". E o sonho a alimentar-se da memória.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
1969 - 40 anos
Há 40 anos foi "Pedra Filosofal" no Zip Zip e a descoberta de outra televisão. E o sonho a comandar a vida. Mas eles não sabiam. Mas eles não sabem.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
1969 - 40 anos
Há 40 anos foi o 40º aniversário de José Afonso eo "Contos velhos, rumos novos" e "A Cidade". E o sonho a alimentar-se.
1969 - 40 anos
Há 40 anos foi o luto académico e uma das mais importantes manifestações de luta académica pela democratização e qualidade do ensino universitário. E faltavam 5 anos.
domingo, 16 de agosto de 2009
1969 - 40 anos
Há 40 anos foi Woodstock e uma das suas mais brilhantes interpretações: Joe Cocker, "with a little help from my friends", de Lennon-Mcartney
1969 - 40 anos
Há 40 anos foi um dos mais originais concertos de pop-rock: "The toproof concert", dos Beatles
Talvez poema
Estou convencido que a arte diz na forma e na cor
O que os poetas dizem na metáfora
Os cientistas dizem na teoria
Os filósofos dizem no argumento
Todos buscam o que somos
E dizem-no nas ferramentas que melhor lhes servem
Quando os fantasmas nos assombram os dias
E acordam as noites em gritos desesperados
São os artistas da palavra e da cor os nossos exorcistas
Deo gratias
O que os poetas dizem na metáfora
Os cientistas dizem na teoria
Os filósofos dizem no argumento
Todos buscam o que somos
E dizem-no nas ferramentas que melhor lhes servem
Quando os fantasmas nos assombram os dias
E acordam as noites em gritos desesperados
São os artistas da palavra e da cor os nossos exorcistas
Deo gratias
Música sublime
Ontem fui a um funeral. Mais do que uma celebração da morte é, desde que o hominídeo começou a proteger e a alimentar os seus mortos, um ritual de passagem. Claro que se nos põe o problema da imortalidade. Como sempre se nos pôs: o que acontece quando se morre? A imortalidade é apenas a imortalidade da memória? Haverá razões para acreditar ou confiar na imortalidade da alma? Mas para isso é preciso admitir a existência da alma. E a alma existe? A dicotomia alma/corpo, que alimentou (e alimenta) uma boa parte da nossa cultura ocidental (e que Damásio, erradamente, disse ser o "erro de Descartes") tem muitas pontas por atar. Mas somos apenas corpo, cérebro? Estarão erradas todas as culturas, que se desenvolveram ao lado da cientificidade ocidental, erradas? Apenas a realidade demonstrada cientificamente é verdadeira? Mas, sabemo-lo muito bem hoje, o conheciemnto científico é uma construção humana, portanto, frágil, imperfeita, duvidosa, reformulável, refutável. Podemos confiar na ciência que nos diz que a alma não existe porque não há nada no cérebro que o mostre? Não aconteceu o mesmo com os diferentes passos da ciência que refutavam os passos anteriores? Podemos afirmar com segurança que o que vemos é o que vemos? Poderemos afirmar que a vida humana se baliza entre o nascer e o morrer? Poderemos recusar saberes que apontam para vivências anteriores ao nascimento próprio, simplesmente porque não há provas científicas, isto é, porque não foi experimentalmente verificado ou teoricamente demonstrado? Poderemos?
Tantas perguntas! Tão poucas respostas!
Seja como for, fiquemos com o génio humano numa das suas melhores criações: Mozart, Requiem.
Tantas perguntas! Tão poucas respostas!
Seja como for, fiquemos com o génio humano numa das suas melhores criações: Mozart, Requiem.
sábado, 15 de agosto de 2009
Dez mandamentos do comunista liberal
Slavoj Zizek (há uns acentos sobre os zz estranhos ao meu teclado) cita de Olivier Malnuit ("Porquoi les géants du business se prennent-ils pour Jésus?") os dez mandamentos daqueles que designa por "comunistas liberais" (quem são? quem são?).
1. Fornece tudo grátis (acesso livre, ausência de cpyright...)e cobra apenas os serviços adicionais, o que te fará ainda mais rico.
2. Transforma o mundo, não te limites a vender coisas: a revolução global, uma transformação da sociedade fará com que as coisas melhorem.
3. Tem a preocupação em compartilhar e toma consciência das rsponsabilidades sociais.
4. Sê criativo: centra-te na concepção, nas novas tecnologias e nas ciências.
5. Diz tudo: não devem existir segredos. Assume e pratica o culto da transparência, os fluxos livres de informação, toda a humanidade deve colaborar e ineragir.
6. Não trabalhes fixando um horário rígido das nove às cinco. Tudo o que tens que fazer é estabelecer é canais de comunicação inteligentes, dinâmicos e flexíveis.
7. Volta aos estudos e aposta na formação permanente.
8. Age como uma enzima: não trabalhes só para o mercado, mas promove novas formas de colaboração social.
9. Morre pobre: devolve as tuas riquezas àqueles que delas necessitam, uma vez que tens mais do que alguma vez poderás gastar.
10. Defende o Estado: pratica parcerias entre as empresas e o Estado.
1. Fornece tudo grátis (acesso livre, ausência de cpyright...)e cobra apenas os serviços adicionais, o que te fará ainda mais rico.
2. Transforma o mundo, não te limites a vender coisas: a revolução global, uma transformação da sociedade fará com que as coisas melhorem.
3. Tem a preocupação em compartilhar e toma consciência das rsponsabilidades sociais.
4. Sê criativo: centra-te na concepção, nas novas tecnologias e nas ciências.
5. Diz tudo: não devem existir segredos. Assume e pratica o culto da transparência, os fluxos livres de informação, toda a humanidade deve colaborar e ineragir.
6. Não trabalhes fixando um horário rígido das nove às cinco. Tudo o que tens que fazer é estabelecer é canais de comunicação inteligentes, dinâmicos e flexíveis.
7. Volta aos estudos e aposta na formação permanente.
8. Age como uma enzima: não trabalhes só para o mercado, mas promove novas formas de colaboração social.
9. Morre pobre: devolve as tuas riquezas àqueles que delas necessitam, uma vez que tens mais do que alguma vez poderás gastar.
10. Defende o Estado: pratica parcerias entre as empresas e o Estado.
Poema
Quando voltei encontrei os meus passos
Ainda frescos sobre a húmida areia.
A fugitiva hora, reevoquei-a,
— Tão rediviva! nos meus olhos baços...
Olhos turvos de lágrimas contidas.
— Mesquinhos passos, porque doidejastes
Assim transviados, e depois tornastes
Ao ponto das primeiras despedidas?
Onde fostes sem tino, ao vento vário,
Em redor, como as aves num aviário,
Até que a asita fofa lhes faleça...
Toda essa extensa pista — para quê?
Se há-de vir apagar-vos a maré,
Como as do novo rasto que começa...
Camilo Pessanha
Ainda frescos sobre a húmida areia.
A fugitiva hora, reevoquei-a,
— Tão rediviva! nos meus olhos baços...
Olhos turvos de lágrimas contidas.
— Mesquinhos passos, porque doidejastes
Assim transviados, e depois tornastes
Ao ponto das primeiras despedidas?
Onde fostes sem tino, ao vento vário,
Em redor, como as aves num aviário,
Até que a asita fofa lhes faleça...
Toda essa extensa pista — para quê?
Se há-de vir apagar-vos a maré,
Como as do novo rasto que começa...
Camilo Pessanha
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Aprendizagem e memória
A entrevista é já antiga mas vale sempre a pena recordar que ensinar e aprender exigem esforço, disciplina, dedicação e, claro, a estimulação para ir sempre além dos saberes a que se chegou. Exige portanto a disponibilidade de quem ensina e de quem aprende para questionar, para pôr em causa o que já se sabe. Como esta elementar douta ignorância não é natural em nós mas é fundamental para o crescimento pessoal e interpessoal impõe-se-nos o rigor no que ensinamos e a exigência nos que estimulamos a aprender. Para bem de todos. Dos que aspiram a grandes voos académicos, dos que se contentariam com o ler e o contar e dos que nem isso.
Reflexões sobre aprendizagem e memória
Duma entrevista com o Prof. Alexandre Castro Caldas (1-Abril-2006).
O cérebro vai abrindo, desde que nasce, janelas de oportunidade para aprender. Ele está preparado para absorver determinada informação em determinada etapa, e assim sucessivamente. Isto passa-se ao longo de toda a vida. O cérebro vai adquirindo competências até à velhice. Mais lentamente, mas vai. O envelhecimento é uma mudança que torna as pessoas diferentes, em que se perdem capacidades mas em que podem desenvolver-se outras. O cérebro está sempre a aprender.
Em Portugal a aprendizagem é um 'happening'. Se a criança não aprende, não faz mal; passa à mesma. Mas convém sublinhar que estas falhas são irreversíveis.
(entrevistadora) É assim da opinião que deve existir um determinado nível de exigência no ensino?
Acho indispensável haver exigência e existem capacidades e práticas de ensino fundamentais. A memorização, por exemplo, é uma delas. O treino da memória cria matrizes, como se fossem moldes, que tornamos a utilizar em situações futuras. Aprender a decorar os rios vai possibilitar-lhe decorar as artérias, se for para medicina. Que façam teatro, por exemplo, possibilita-lhes que sejam capazes de manter um discurso coerente. Quem está a decorar um discurso está a fixar a lógica de entrosamento de um discurso que lhe será útiul futuramente. Está a criar uma lógica de entrosamento de ieias. Se eu não criar este sistema de suporte, depois vou ter dificuldades futuras noutras apreensões.
Reflexões sobre aprendizagem e memória
Duma entrevista com o Prof. Alexandre Castro Caldas (1-Abril-2006).
O cérebro vai abrindo, desde que nasce, janelas de oportunidade para aprender. Ele está preparado para absorver determinada informação em determinada etapa, e assim sucessivamente. Isto passa-se ao longo de toda a vida. O cérebro vai adquirindo competências até à velhice. Mais lentamente, mas vai. O envelhecimento é uma mudança que torna as pessoas diferentes, em que se perdem capacidades mas em que podem desenvolver-se outras. O cérebro está sempre a aprender.
Em Portugal a aprendizagem é um 'happening'. Se a criança não aprende, não faz mal; passa à mesma. Mas convém sublinhar que estas falhas são irreversíveis.
(entrevistadora) É assim da opinião que deve existir um determinado nível de exigência no ensino?
Acho indispensável haver exigência e existem capacidades e práticas de ensino fundamentais. A memorização, por exemplo, é uma delas. O treino da memória cria matrizes, como se fossem moldes, que tornamos a utilizar em situações futuras. Aprender a decorar os rios vai possibilitar-lhe decorar as artérias, se for para medicina. Que façam teatro, por exemplo, possibilita-lhes que sejam capazes de manter um discurso coerente. Quem está a decorar um discurso está a fixar a lógica de entrosamento de um discurso que lhe será útiul futuramente. Está a criar uma lógica de entrosamento de ieias. Se eu não criar este sistema de suporte, depois vou ter dificuldades futuras noutras apreensões.
sábado, 8 de agosto de 2009
Poema
Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
ilumino-a
Ela é um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada à lâmpada
A um zumbido calado momentaneamente em enxame
Ela não se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vómito
Volto devagar a colocá-la na fome
Perco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trás
E sou uma energia para ela
E ilumino-a
Daniel Faria
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
ilumino-a
Ela é um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada à lâmpada
A um zumbido calado momentaneamente em enxame
Ela não se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vómito
Volto devagar a colocá-la na fome
Perco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trás
E sou uma energia para ela
E ilumino-a
Daniel Faria
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Avaliação e sucesso III
3. “Sem comunicação não existem relações humanas nem vida propriamente dita” (N. Luhmann)
Heidegger dizia que o homem é “aquele que fala” e que “a esfera inteira da presença está presente no dizer”; Gadamer que “não há nada que não seja acessível ao ouvir”; Wittgenstein que “os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”; Torga que “somos a voz que temos”; Pessoa que “a minha pátria é a minha língua”. Filósofos, linguistas, hermeneutas, neurobiólogos, pensadores de múltiplas áreas acentuam este carácter essencial do nosso modo humano de ser: tudo o que somos, pensamos, dizemos e fazemos é na e pela linguagem que se constrói. Tudo. Também o aprender e o ensinar. Obviamente, todos o sabemos. E porque o sabemos nos esforçamos em procurar compreender a polissemia do que dizemos, aprendemos e ensinamos. Ou, como Ricoeur prefere, procuramos compreender a plurivocidade dos textos que dizemos, lemos, aprendemos e ensinamos. É que a plurivocidade comporta também a equivocidade, isto é, a possibilidade de nos equivocarmos, a possibilidade de dizermos alhos e ser entendido bugalhos; a possibilidade de estarmos a identificar conteúdos quando estamos a usar conceitos, signos, uma determinada linguagem que talvez seja diferente da que os alunos dominam, conhecem, usam; a possibilidade, enfim, de nos equivocarmos quanto às razões do sucesso ou do insucesso.
É que, se não estiver muito enganado, enquanto não centrarmos a relação pedagógica e educativa na comunicação e na linguagem estaremos sempre na periferia das razões do sucesso ou do insucesso, das razões do êxito ou do fracasso. Se não estiver muito equivocado, só quando reconhecermos que o mundo, isto é, a linguagem, das crianças e adolescentes com quem promovemos o ensinar e o aprender, possa não ser o nosso continuaremos na margem da corrente que leva ao sucesso ou ao insucesso. E, seguramente, esse não é o nosso mundo. O nosso é o mundo dos adultos, o mundo da razão, o mundo da dedução, o mundo feito sobre conhecimentos que fomos construindo ao longo do nosso processo de aprender. É o mundo da linguagem verbal e escrita. O mundo da criança e do adolescente é um mundo em construção a partir do que nós lhe damos e do que outros lhe dão. É a partir desses sinais, desses dados, que são conceitos, que são signos, linguagens, que ele se faz. Se estiver correcta esta convicção (e tenho fortes suspeitas de que esteja correcta), então, quando reconhecermos que a linguagem dominante na criança e no adolescente não é a verbal e muito menos a escrita mas a audiovisual, talvez tenhamos chegado ao patamar, ao portaló, como diz Torga, da verdadeiro desafio do ensinar e do aprender cujo é promover a intercompreensão na relação dinâmica e dialógica entre o eu falo, tu ouves, nós dizemos. É este NÓS que determinará o sucesso ou o insucesso, o êxito ou o fracasso da nossa tarefa pedagógica e educativa. Estou convencido que, enquanto não nos centrarmos na busca dos processos de intercompreensão, quero dizer, enquanto não buscarmos os processos, os meios, as técnicas que promovam o crescimento das crianças e adolescentes com vista à sua autonomia, com vista ao seu ser adulto, enquanto não nos centrarmos no campo em que tudo se faz e se constrói (i.e, a linguagem) estaremos certamente a fazer trabalhos muito meritórios mas continuaremos na margem da corrente. A TV e a Internet continuarão a mostrar-nos que estamos fora de jogo. Pior: continuarão a mostrar-nos que estamos fora do jogo. Será inexorável e irreversível? Se o fosse mais valia eleger os morangos com açúcar como o modelo do ensinar e do aprender. Não, não é. Nem inexorável, nem irreversível. É difícil, exige muita disponibilidade para mudar, muita disponibilidade para nos vermos como essencialmente falantes, para nos aceitarmos como seres que se fazem no mundo que é exclusivamente nosso, humano, o mundo da linguagem, para construirmos o saber não na transmissão ou construção de conteúdos mas de conceitos, signos, linguagens. Estou convencido que é esse o desafio que se nos impõe cada vez com mais premência. E, como em todos os desafios, ou o vencemos ou somos vencidos. Aqui não há empates, não há jogos de soma não nula. Pouco importam as razões da derrota. Importante é enfrentá-lo e vencê-lo. Como? Não sendo, embora, este o momento ou o espaço para o analisar e reflectir sobre alguns aspectos que me parecem essenciais, talvez valha a pena começarmos por pensar em alguma coisa que façamos sem que nela esteja uma palavra, um conceito, uma frase, um texto. Se o encontrarmos então a linguagem não será assim tão importante. Mas se nada encontrarmos que não passe pela linguagem, então valerá a pena nela centrarmos o ensinar e o aprender. Por isso, LaBorderie escreve que “o problema real, fundamental e primeiro da educação” é este: “se as palavras, as imagens, os textos […] têm um sentido para aquele que sabe ainda o não têm para aquele que aprende”. Por isso, Deleuze afirma que “o que limita o verdadeiro não é o falso mas o insignificante”.
Tornemos, pois, significante o que ensinamos e aprendemos, mesmo que saibamos que mais cedo ou mais tarde (certamente mais cedo do que tarde) deixará de ser verdadeiro.
Heidegger dizia que o homem é “aquele que fala” e que “a esfera inteira da presença está presente no dizer”; Gadamer que “não há nada que não seja acessível ao ouvir”; Wittgenstein que “os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”; Torga que “somos a voz que temos”; Pessoa que “a minha pátria é a minha língua”. Filósofos, linguistas, hermeneutas, neurobiólogos, pensadores de múltiplas áreas acentuam este carácter essencial do nosso modo humano de ser: tudo o que somos, pensamos, dizemos e fazemos é na e pela linguagem que se constrói. Tudo. Também o aprender e o ensinar. Obviamente, todos o sabemos. E porque o sabemos nos esforçamos em procurar compreender a polissemia do que dizemos, aprendemos e ensinamos. Ou, como Ricoeur prefere, procuramos compreender a plurivocidade dos textos que dizemos, lemos, aprendemos e ensinamos. É que a plurivocidade comporta também a equivocidade, isto é, a possibilidade de nos equivocarmos, a possibilidade de dizermos alhos e ser entendido bugalhos; a possibilidade de estarmos a identificar conteúdos quando estamos a usar conceitos, signos, uma determinada linguagem que talvez seja diferente da que os alunos dominam, conhecem, usam; a possibilidade, enfim, de nos equivocarmos quanto às razões do sucesso ou do insucesso.
É que, se não estiver muito enganado, enquanto não centrarmos a relação pedagógica e educativa na comunicação e na linguagem estaremos sempre na periferia das razões do sucesso ou do insucesso, das razões do êxito ou do fracasso. Se não estiver muito equivocado, só quando reconhecermos que o mundo, isto é, a linguagem, das crianças e adolescentes com quem promovemos o ensinar e o aprender, possa não ser o nosso continuaremos na margem da corrente que leva ao sucesso ou ao insucesso. E, seguramente, esse não é o nosso mundo. O nosso é o mundo dos adultos, o mundo da razão, o mundo da dedução, o mundo feito sobre conhecimentos que fomos construindo ao longo do nosso processo de aprender. É o mundo da linguagem verbal e escrita. O mundo da criança e do adolescente é um mundo em construção a partir do que nós lhe damos e do que outros lhe dão. É a partir desses sinais, desses dados, que são conceitos, que são signos, linguagens, que ele se faz. Se estiver correcta esta convicção (e tenho fortes suspeitas de que esteja correcta), então, quando reconhecermos que a linguagem dominante na criança e no adolescente não é a verbal e muito menos a escrita mas a audiovisual, talvez tenhamos chegado ao patamar, ao portaló, como diz Torga, da verdadeiro desafio do ensinar e do aprender cujo é promover a intercompreensão na relação dinâmica e dialógica entre o eu falo, tu ouves, nós dizemos. É este NÓS que determinará o sucesso ou o insucesso, o êxito ou o fracasso da nossa tarefa pedagógica e educativa. Estou convencido que, enquanto não nos centrarmos na busca dos processos de intercompreensão, quero dizer, enquanto não buscarmos os processos, os meios, as técnicas que promovam o crescimento das crianças e adolescentes com vista à sua autonomia, com vista ao seu ser adulto, enquanto não nos centrarmos no campo em que tudo se faz e se constrói (i.e, a linguagem) estaremos certamente a fazer trabalhos muito meritórios mas continuaremos na margem da corrente. A TV e a Internet continuarão a mostrar-nos que estamos fora de jogo. Pior: continuarão a mostrar-nos que estamos fora do jogo. Será inexorável e irreversível? Se o fosse mais valia eleger os morangos com açúcar como o modelo do ensinar e do aprender. Não, não é. Nem inexorável, nem irreversível. É difícil, exige muita disponibilidade para mudar, muita disponibilidade para nos vermos como essencialmente falantes, para nos aceitarmos como seres que se fazem no mundo que é exclusivamente nosso, humano, o mundo da linguagem, para construirmos o saber não na transmissão ou construção de conteúdos mas de conceitos, signos, linguagens. Estou convencido que é esse o desafio que se nos impõe cada vez com mais premência. E, como em todos os desafios, ou o vencemos ou somos vencidos. Aqui não há empates, não há jogos de soma não nula. Pouco importam as razões da derrota. Importante é enfrentá-lo e vencê-lo. Como? Não sendo, embora, este o momento ou o espaço para o analisar e reflectir sobre alguns aspectos que me parecem essenciais, talvez valha a pena começarmos por pensar em alguma coisa que façamos sem que nela esteja uma palavra, um conceito, uma frase, um texto. Se o encontrarmos então a linguagem não será assim tão importante. Mas se nada encontrarmos que não passe pela linguagem, então valerá a pena nela centrarmos o ensinar e o aprender. Por isso, LaBorderie escreve que “o problema real, fundamental e primeiro da educação” é este: “se as palavras, as imagens, os textos […] têm um sentido para aquele que sabe ainda o não têm para aquele que aprende”. Por isso, Deleuze afirma que “o que limita o verdadeiro não é o falso mas o insignificante”.
Tornemos, pois, significante o que ensinamos e aprendemos, mesmo que saibamos que mais cedo ou mais tarde (certamente mais cedo do que tarde) deixará de ser verdadeiro.
Avaliação e sucesso II
2. “O Sucesso Educativo é o Objectivo Intrínseco da Educação”
A “intrínseca” ligação entre a educação e o sucesso é pouco discutível. Eu próprio o insinuei no post anterior. O estado, através dos órgãos tuteladores da educação e dos seus meios normativos e normalizadores, não se tem cansado de o bradar, os pedagogos e educadores, com mais ou menos reservas, seguem também esse trilho. Mas…(Abro aqui um parêntese: muitas vezes me pergunto sobre a função desencantada do MAS. Está tudo a correr muito bem e logo o MAS nos assalta com a ferocidade de um cão de guarda. Depois com mais calma dou-me conta que a voz desencantada do MAS é também a outra voz, a voz do outro, a voz dos outros saberes que se fizeram na margem dos meus saberes, a voz dos saberes que não são os meus e se me impõem com a premência plurívoca do saber. Concluo que o MAS é a porta que nos mostra quão fugazes são as certezas. Fecho o parêntesse).
Mas, dizia, teremos todos a mesma ideia do que seja o sucesso? O atleta que falha a medalha de ouro que pensará do sucesso? E o alpinista que falha o pico do Evereste mas mesmo assim subiu onde nunca tinha subido? E o nadador salvador que salvou um banhista e não conseguiu salvar o segundo? E o aluno que conseguiu, finalmente, ter todas as classificações positivas? E o aluno que teve 18 valores de média no ensino secundário e não entrou no curso que desejava? E nós, professores e educadores, o que pensamos do sucesso dos nossos alunos e educandos? O que pensamos do sucesso quando sabemos que alunos com insucesso numa escola obtêm-no noutra? O que pensamos quando nos perguntamos sobre a importância, a utilidade, o valor dos métodos e técnicas de avaliação? Quando nos perguntamos se em vez destes métodos e técnicas usarmos outros e soubermos que os resultados serão diferentes? E se soubermos que de uma forma os resultados serão positivos e de outra não? Onde está o sucesso? Onde está o insucesso?
O sucesso é sinónimo de bons resultados académicos ou de bem estar pessoal e social? O sucesso mede-se pelas classificações obtidas ou pela capacidade de responder adequadamente aos desafios com que nos confrontamos? Mede-se pelo reconhecimento social ou pelo êxito pessoal? Mede-se pelo que se mostra ou pelo que se é? Mede-se?
Então, perguntamo-nos, e a avaliação? É possível pensar o sucesso educativo sem avaliação? Em rigor, não, não é. O sucesso apenas o é porque há avaliação. Formal ou informalmente, voluntária ou inconscientemente, o sucesso é sempre o resultado de uma avaliação positiva, o insucesso é o resultado de uma avaliação negativa. Como se vê entramos num novo problema.
A avaliação é tão comum, tão habitual, tão normal que nos arriscamos a não nos darmos conta dela. Quero dizer: do mesmo modo que não nos interessa saber porque é que respiramos, salvo quando os pulmões se queixam, também a avaliação, fruto da sua normal indispensabilidade, se nos impõe sem nos darmos conta dela. Sem a pensarmos. Sem a questionarmos.
Não sendo este o momento oportuno para uma abordagem mais geral e completa, fiquemos apenas com estas considerações, que, pessoalmente, me interessam muito:
“Avaliar é pôr em relação de forma implícita ou explícita um referido […] com um referente” (Lesne). O referido é o que é constatado ou apreendido de uma forma imediata, objecto de investigação sistemática ou de medida; o referente desempenha o papel de norma, de modelo, do que deve ser, de objectivo perseguido, etc.
Impõe-se-nos, então, que o problema está na distância entre, por um lado, o referente, ou seja, entre aquilo que fixa onde queremos chegar, que fixa a meta, o objectivo, o que é desejável e, por outro, o referido, isto é, aquilo que escolhemos como o material que nos permita medir o nível de consecução dos objectivos, das metas, dos desejos. Nossos, já se vê. Impõe-se-nos não só a necessidade de reflectirmos sobre a distância entre o que pretendemos e os meios para consegui-lo, como se nos impõe o problema da definição e escolha dos referentes, dos critérios e das normas que orientarão a avaliação ou para a formação ou para a classificação e selecção. Todos sabemos que não são as mesmas. Todos sabemos que os resultados não são indiferentes a essa definição e escolha.
Ora, se, como diz LaBorderie, a escola é ”desde sempre o império dos signos” e, “muito antes de qualquer outra, ela foi em primeiro lugar uma empresa de comunicação” (idem) e se, como, entre tantos outros, Sto Agostinho afirma, “nada se pode mostrar ou demonstrar sem o uso de signos”, então é na comunicação e na linguagem que devem procurar-se os referentes, os critérios, as normas, as condições que determinam o sucesso ou insucesso de quem ensina e de quem aprende.
A “intrínseca” ligação entre a educação e o sucesso é pouco discutível. Eu próprio o insinuei no post anterior. O estado, através dos órgãos tuteladores da educação e dos seus meios normativos e normalizadores, não se tem cansado de o bradar, os pedagogos e educadores, com mais ou menos reservas, seguem também esse trilho. Mas…(Abro aqui um parêntese: muitas vezes me pergunto sobre a função desencantada do MAS. Está tudo a correr muito bem e logo o MAS nos assalta com a ferocidade de um cão de guarda. Depois com mais calma dou-me conta que a voz desencantada do MAS é também a outra voz, a voz do outro, a voz dos outros saberes que se fizeram na margem dos meus saberes, a voz dos saberes que não são os meus e se me impõem com a premência plurívoca do saber. Concluo que o MAS é a porta que nos mostra quão fugazes são as certezas. Fecho o parêntesse).
Mas, dizia, teremos todos a mesma ideia do que seja o sucesso? O atleta que falha a medalha de ouro que pensará do sucesso? E o alpinista que falha o pico do Evereste mas mesmo assim subiu onde nunca tinha subido? E o nadador salvador que salvou um banhista e não conseguiu salvar o segundo? E o aluno que conseguiu, finalmente, ter todas as classificações positivas? E o aluno que teve 18 valores de média no ensino secundário e não entrou no curso que desejava? E nós, professores e educadores, o que pensamos do sucesso dos nossos alunos e educandos? O que pensamos do sucesso quando sabemos que alunos com insucesso numa escola obtêm-no noutra? O que pensamos quando nos perguntamos sobre a importância, a utilidade, o valor dos métodos e técnicas de avaliação? Quando nos perguntamos se em vez destes métodos e técnicas usarmos outros e soubermos que os resultados serão diferentes? E se soubermos que de uma forma os resultados serão positivos e de outra não? Onde está o sucesso? Onde está o insucesso?
O sucesso é sinónimo de bons resultados académicos ou de bem estar pessoal e social? O sucesso mede-se pelas classificações obtidas ou pela capacidade de responder adequadamente aos desafios com que nos confrontamos? Mede-se pelo reconhecimento social ou pelo êxito pessoal? Mede-se pelo que se mostra ou pelo que se é? Mede-se?
Então, perguntamo-nos, e a avaliação? É possível pensar o sucesso educativo sem avaliação? Em rigor, não, não é. O sucesso apenas o é porque há avaliação. Formal ou informalmente, voluntária ou inconscientemente, o sucesso é sempre o resultado de uma avaliação positiva, o insucesso é o resultado de uma avaliação negativa. Como se vê entramos num novo problema.
A avaliação é tão comum, tão habitual, tão normal que nos arriscamos a não nos darmos conta dela. Quero dizer: do mesmo modo que não nos interessa saber porque é que respiramos, salvo quando os pulmões se queixam, também a avaliação, fruto da sua normal indispensabilidade, se nos impõe sem nos darmos conta dela. Sem a pensarmos. Sem a questionarmos.
Não sendo este o momento oportuno para uma abordagem mais geral e completa, fiquemos apenas com estas considerações, que, pessoalmente, me interessam muito:
“Avaliar é pôr em relação de forma implícita ou explícita um referido […] com um referente” (Lesne). O referido é o que é constatado ou apreendido de uma forma imediata, objecto de investigação sistemática ou de medida; o referente desempenha o papel de norma, de modelo, do que deve ser, de objectivo perseguido, etc.
Impõe-se-nos, então, que o problema está na distância entre, por um lado, o referente, ou seja, entre aquilo que fixa onde queremos chegar, que fixa a meta, o objectivo, o que é desejável e, por outro, o referido, isto é, aquilo que escolhemos como o material que nos permita medir o nível de consecução dos objectivos, das metas, dos desejos. Nossos, já se vê. Impõe-se-nos não só a necessidade de reflectirmos sobre a distância entre o que pretendemos e os meios para consegui-lo, como se nos impõe o problema da definição e escolha dos referentes, dos critérios e das normas que orientarão a avaliação ou para a formação ou para a classificação e selecção. Todos sabemos que não são as mesmas. Todos sabemos que os resultados não são indiferentes a essa definição e escolha.
Ora, se, como diz LaBorderie, a escola é ”desde sempre o império dos signos” e, “muito antes de qualquer outra, ela foi em primeiro lugar uma empresa de comunicação” (idem) e se, como, entre tantos outros, Sto Agostinho afirma, “nada se pode mostrar ou demonstrar sem o uso de signos”, então é na comunicação e na linguagem que devem procurar-se os referentes, os critérios, as normas, as condições que determinam o sucesso ou insucesso de quem ensina e de quem aprende.
Avaliação e sucesso
Mesmo com quase toda a gente a banhos não param as notícias sobre a educação. São os resultados dos exames nacionais, são os realizados à saída da escola primária (5º ano de escolaridade), no Reino Unido, que mostram que um em cada cinco crianças de 11 anos de idade não sabe ler nem escrever. Os rapazes estão em pior situação do que as raparigas. 25% dos rapazes de 11 anos não sabem ler. Nas raparigas, a taxa de iliteracia é mais baixa: 15%. São os piores resultados dos últimos 15 anos; são as "alterações ao ECD" que corresponderiam, segundo a ministra, aos anseios dos professores; são as referências às virtualidades da autonomia das escolas a partir da experiência de Nova Iorque aplicada ao Brasil.
O que proponho aqui é uma reflexão dividida em três partes como um contributo (pequeno já se vê) para o debate que pode fazer-se em torno do sucesso e da avaliação, ou, também poderíamos dizer, do sucesso da avaliação:
1. “Se formar sai caro experimente investir na ignorância”
2. “O Sucesso Educativo é o Objectivo Intrínseco da Educação”
3. “Sem comunicação não existem relações humanas nem vida propriamente dita” .
1. “Se formar sai caro experimente investir na ignorância”
Todos conhecemos o velho princípio socrático: “ninguém pratica o mal voluntariamente mas por ignorância”. À margem das leituras de carácter mais filosófico, aqui interessa-nos sobretudo reconhecer a íntima ligação entre o saber, a ignorância e o bem. É como se Sócrates nos marcasse o âmbito do nosso modo humano de aprender: todo o aprender se orienta para a realização do homem como ser virtuoso, i.e, como praticante da virtude. E como se pratica a virtude? Através do saber.
É aqui que entra a formação.
É aqui que nos encontramos perante o maior desafio que se nos põe. Que nos devemos pôr: somos o que somos na justa medida em que permanentemente nos vamos fazendo. Somos o que somos porque nisso nos fizemos e nos fazemos. Desta ou daquela forma, com mais livros ou mais telenovelas, com mais viagens ou mais ostracismo, com mais convívio ou mais isolamento, com mais conversa ou mais televisão, com mais escola ou mais trabalho infantil, com mais auto estima ou mais auto comiseração, com mais solidariedade ou mais fundamentalismo, com mais estudo ou mais pouco ou nada fazer, com mais trabalho ou mais diversão, com mais formação ou mais ignorância.
Todos o sabemos: o mundo já não é o que era. O mundo dos nossos filhos, dos nossos alunos, já não é o mundo dos nossos 17 anos, já não é o mundo dos nossos pais. Muito menos o dos nossos avós. Todos o sabemos. O que mudou? Fundamentalmente o sentido do tempo. Fundamentalmente a usura do tempo é agora mais rápida, mais feroz. A ferocidade da usura do tempo mede-se pela velocidade com que o tempo passa. Com que a mudança se exprime. Tudo muda. Tudo sempre mudou. Nunca a mudança foi tão veloz como hoje.
É também aqui que entra a formação.
É aqui que se nos impõe a necessidade de combater o tempo na sua senda usurária com a única arma ao nosso alcance: a actualização permanente, isto é, a capacidade de, em qualquer momento e circunstância, sermos capazes de responder de forma eficaz e eficiente aos desafios que se nos colocarem. Só assim nos salvaremos da ignorância, só assim teremos capacidade de intervenção. Assim nos formaremos. Assim nos educaremos. Assim buscaremos o sucesso.
O que proponho aqui é uma reflexão dividida em três partes como um contributo (pequeno já se vê) para o debate que pode fazer-se em torno do sucesso e da avaliação, ou, também poderíamos dizer, do sucesso da avaliação:
1. “Se formar sai caro experimente investir na ignorância”
2. “O Sucesso Educativo é o Objectivo Intrínseco da Educação”
3. “Sem comunicação não existem relações humanas nem vida propriamente dita” .
1. “Se formar sai caro experimente investir na ignorância”
Todos conhecemos o velho princípio socrático: “ninguém pratica o mal voluntariamente mas por ignorância”. À margem das leituras de carácter mais filosófico, aqui interessa-nos sobretudo reconhecer a íntima ligação entre o saber, a ignorância e o bem. É como se Sócrates nos marcasse o âmbito do nosso modo humano de aprender: todo o aprender se orienta para a realização do homem como ser virtuoso, i.e, como praticante da virtude. E como se pratica a virtude? Através do saber.
É aqui que entra a formação.
É aqui que nos encontramos perante o maior desafio que se nos põe. Que nos devemos pôr: somos o que somos na justa medida em que permanentemente nos vamos fazendo. Somos o que somos porque nisso nos fizemos e nos fazemos. Desta ou daquela forma, com mais livros ou mais telenovelas, com mais viagens ou mais ostracismo, com mais convívio ou mais isolamento, com mais conversa ou mais televisão, com mais escola ou mais trabalho infantil, com mais auto estima ou mais auto comiseração, com mais solidariedade ou mais fundamentalismo, com mais estudo ou mais pouco ou nada fazer, com mais trabalho ou mais diversão, com mais formação ou mais ignorância.
Todos o sabemos: o mundo já não é o que era. O mundo dos nossos filhos, dos nossos alunos, já não é o mundo dos nossos 17 anos, já não é o mundo dos nossos pais. Muito menos o dos nossos avós. Todos o sabemos. O que mudou? Fundamentalmente o sentido do tempo. Fundamentalmente a usura do tempo é agora mais rápida, mais feroz. A ferocidade da usura do tempo mede-se pela velocidade com que o tempo passa. Com que a mudança se exprime. Tudo muda. Tudo sempre mudou. Nunca a mudança foi tão veloz como hoje.
É também aqui que entra a formação.
É aqui que se nos impõe a necessidade de combater o tempo na sua senda usurária com a única arma ao nosso alcance: a actualização permanente, isto é, a capacidade de, em qualquer momento e circunstância, sermos capazes de responder de forma eficaz e eficiente aos desafios que se nos colocarem. Só assim nos salvaremos da ignorância, só assim teremos capacidade de intervenção. Assim nos formaremos. Assim nos educaremos. Assim buscaremos o sucesso.
domingo, 2 de agosto de 2009
Parabéns, Zeca
Faz hoje 80 anos que José Afonso nasceu. Que a voz do poeta e a voz da música não se apaguem.
sábado, 1 de agosto de 2009
Talvez poema
Viveste jovem, meu amigo.
O tempo - nómada incerto deste viver atormentado -
visitava tuas mãos abertas
no sonho dos dias sem mágoa que quiseste fazer
Teus olhos de âmbar
Buscaram a vida o sonho a alma
Que desconhecias
Umas vezes caminhavas sereno ,
outras inquieto perseguias tua sombra de cristal
Não o sabias:
breve breve partirias
Não voltaste
Entro no teu olhar, meu amigo,
Sorris
Abraçamo-nos
Despedimo-nos
Continuas jovem, meu amigo.
(Sei que gostarás de cantar Romaria com Elis Regina. Ainda bem)
O tempo - nómada incerto deste viver atormentado -
visitava tuas mãos abertas
no sonho dos dias sem mágoa que quiseste fazer
Teus olhos de âmbar
Buscaram a vida o sonho a alma
Que desconhecias
Umas vezes caminhavas sereno ,
outras inquieto perseguias tua sombra de cristal
Não o sabias:
breve breve partirias
Não voltaste
Entro no teu olhar, meu amigo,
Sorris
Abraçamo-nos
Despedimo-nos
Continuas jovem, meu amigo.
(Sei que gostarás de cantar Romaria com Elis Regina. Ainda bem)
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