terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

1970 - 40 anos

Há 40 anos foi Traz outro Amigo também.
Há 23 anos foi a morte de Zeca
Hoje é a homenagem à voz por excelência da portugalidade

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dizeres Anónimos com Autor

Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em "humildade" refiro-me à humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave: orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.

Carlos Paredes - Verdes Anos

Homenagem ao homem de mãos simples e olhar sereno no abraço terno ao som de uma guitarra pelo aniversário do seu nascimento.

1970 - 40 anos

Foi Cosmo’s Factory de CCR e este Who'll stop the rain, para quem suspira pelo sol na eira…


Sapere aude!

"Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento [Aufklärung].
[…]
Para este esclarecimento [Aufklärung], porém, nada mais se exige senão LIBERDADE. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos os lados: não raciocineis! O oficial diz: não raciocineis, mas exercitai-vos! O financista exclama: não raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocineis, mas crede! (Um único senhor no mundo diz: raciocinai, tanto quanto quiserdes, e sobre o que quiserdes, mas obedecei!). Eis aqui por toda a parte a limitação da liberdade. Que limitação, porém, impede o esclarecimento [Aufklärung]? Qual não o impede, e até mesmo favorece? Respondo: o uso público de sua razão deve ser sempre livre e só ele pode realizar o esclarecimento [Aufklärung] entre os homens. O uso privado da razão pode, porém, muitas vezes, ser muito estreitamente limitado, sem contudo por isso impedir notavelmente o progresso do esclarecimento [Aufklärung]. Entendo, contudo, sob o nome de uso público de sua própria razão aquele que qualquer homem, enquanto SÁBIO, faz dela diante do grande público do mundo letrado. Denomino uso privado aquele que o sábio pode fazer de sua razão em um certo cargo público ou função a ele confiado. Ora, para muitas profissões que se exercem no interesse da comunidade, é necessário um certo mecanismo, em virtude do qual alguns membros da comunidade devem comportar-se de modo exclusivamente passivo para serem conduzidos pelo governo, mediante uma unanimidade artificial, para finalidades públicas, ou pelo menos devem ser contidos para não destruir essa finalidade. Em casos tais, não é sem dúvida permitido raciocinar, mas deve-se obedecer. Na medida, porém, em que esta parte da máquina se considera ao mesmo tempo membro de uma comunidade total, chegando até a sociedade constituída pelos cidadãos de todo o mundo, portanto na qualidade de sábio que se dirige a um público, por meio de obras escritas de acordo com seu próprio entendimento, pode certamente raciocinar, sem que por isso sofram os negócios a que ele está sujeito em parte como membro passivo".

Kant, E Resposta à Pergunta: Que é esclarecimento []?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Música para Namorados

Música para Namorados

Música para Namorados

Música para Namorados

Música para Namorados

Beatles - Girl

Talvez Poema no Dia dos Namorados

17.
Do teu olhar
solta-se a luz encantada
da primavera
em que as borboletas dão cor
ao arco-íris
na transparência do seu voar.

São assim os dias despertos
das sombras do inverno
envoltas no manto gelado
do nevoeiro que cerca
a noite.

Felizmente quando a noite
toma conta dos gestos
e a fala
se apaga no silêncio vazio
dos sentidos
ergue-se o arco-íris
no teu olhar
e a primavera
irrompe no canto desenfreado
do chapim
fazendo ninho no carvalho
do teu jardim.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Bom dia

Afinal já vem de longe a dificuldade de adaptação à novidade e às novas "tecnologias"...
Tenham um dia risonho!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

1970 - 40 anos

Há 40 anos foi After the Gold Rush de Neil Young e o tema Only love can break your heart

Memórias - Primeiro Dia

Primeiro dia de aulas. 11º ano de mecanotecnia e electrotecnia. A sala ao fundo do corredor ficava no segundo piso do bloco 2. Ao longo do corredor as salas tinham pequenas janelas junto ao tecto que serviam para ventilar as salas, mais do que para iluminar. Parte dos alunos entraram com o professor. Outros haviam de chegar mais tarde. Durante a chamada ouve-se um barulho de tropel a subir as escadas, a correr pelo corredor ao mesmo tempo que se ouvia bater com as mochilas nas pequenas janelas. Ouve-se bater à porta. Abrem a porta, espreitam e perguntam “dá licença, professor?”. O professor, por sua vez, diz-lhes “não foram vocês que fizeram esse barulho todo, pois não?” Entraram no jogo irónico, responderam com sorriso disfarçado “não, professor!” “Bem me parecia que não eram capazes de fazer isso”. Entraram, sentaram-se e começou o ano. Os problemas disciplinares esgotaram-se ali.

Memórias

Nasce aqui uma nova secção no Nós. Memórias pretende trazer à memória alguns momentos que marcaram o meu percurso pedagógico e educativo.
Serão apresentadas experiências que, de uma forma ou de outra, foram estruturando o modo como o ensinar e o aprender se foram formalizando e desenvolvendo. E serão apresentados como relatos, como descrições da memória que guardo delas. Buscarão a aproximação mais rigorosa possível ao acontecido sem comentários ou interpretações. Se comentários e interpretações houver serão os que resultarem dos comentários que despoletarem aos leitores que os visitarem.

A intenção é simples: comunicar parte da experiência com que se fez o meu modo de entender e fazer o ensinar e o aprender, isto é, de dizer sucessos e fracassos, meus e alheios, que, a seu modo, possam desencadear outros modos de ensinar e de aprender.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Talvez Poema

16.
Palavras

Parece-me
tão estranha a cadência das palavras
que me assaltam os dedos
que me pergunto
donde nascem
o que pretendem
que força as habita que me arrasta
os gestos
além do corpo que os prende,
me assalta
a voz
além do som que as solta
e me cria
o pensar
além do esforço que o produz.

Creio nas palavras como seres
que vivem
sonham
amam
(e os seus contrários também)
e respondem à nossa estima
com a revelação do silêncio donde nasceram.

'PlanIt Valley' - Cidade inteligente em Paredes

A notícia li-a no Expresso e o que representa para a região deprimida do Vale do Sousa é de uma importância tal que só a nossa velha desconfiança, reforçada com as decepções dos últimos tempos, justifica o pouco relevo que lhe foi dado.
De resto, é estranho que nenhum amigo da região soubesse alguma coisa sobre isto. Ou talvez não o seja …
 Mas que o assunto é extraordinário e que mexerá indelevelmente com a região e com o país disso não tenhamos dúvidas.
Para bem de todos. Se se concretizar…
Ai o velho camoniano não nos larga!...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Poema

Certa Velhinha

1
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que triste velhinha que vae a passar!
Não leva candeia; hoje, o céu não tem luzes...
Cautella, velhinha, não vás tropeçar!

Os ventos entoam cantigas funestas,
Relampagos tingem de vermelho o Azul!
Aonde irá ella, n'uma noite d'estas,
Com vento da Barra puxado do sul?

Aonde irá ella, pastores! boieiras!
Aonde irá ella, n'uma noite assim?
Se for un phantasma, fazei-lhe fogueiras,
Se for uma bruxa, queimae-lhe alecrim!

Contava-me aquella que a tumba já cerra,
Que Nossa Senhora, quando a chama alguem,
Escolhe estas noites p'ra descer á Terra,
Porque em noites d'estas não anda ninguem...

Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que linda velhinha que vem a passar!
E que olhos aquelles que parecem luzes!
Quaes velas accezas que a vêm a guiar...

Que pobre capinha que leva de rastros,
Tão velha, tão rôta! Que triste viuvez!
Mas se lhe dá vento, meu Deus! tantos astros!
É o céu estrellado vestido do envez...

Seu alvo cabello, molhado das chuvas,
Parece uma vinha de luar em flor...
Oh cabello em cachos, como cachos de uvas!
So no céu ha uvas com aquella cor...

A luz dos seus olhos é uma luz tamanha
Que ao redor espalha divino clarão!
Parece que chove luar na montanha...
Que noite de inverno que parece verão!

Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Velhinha tão alta que vem a chegar!
Parece uma Torre côada de luzes!
Ou antes a Torre de Marfim, a andar!

Não! Não é uma Torre côada de luzes,
Nem antes a Torre de Marfim, a andar,
Que pela tapada das Quatorze Cruzes,
N'uma noite destas, eu vejo passar...

Tambem não é, ouve, minha velha ama!
Como tu contavas, a Virgem de Luz:
Digo-te ao ouvido como ella se chama,
Mas guarda segredo, que é...
- Jezus! Jezus!

António Nobre -

1970 - 40 anos

Há 40 anos foi a dissolução do grupo que mais influenciou a música pop-rock. Foi igualmente o ano de Let it Be e de Two of us que o abre.

“O que quero é que os outros não consigam fazer bem o seu trabalho.”

Da longa e excelentíssima entrevista de Christophe Dejour ao Público, anunciada no post anterior, seleccionámos o excerto que se segue. As razões são de tal modo óbvias e estão de tal modo ligadas a uma prática que começamos a conhecer e a vivenciar de uma maneira tão desencantada e preversa que redundante justificar a esta selcção. (Felizmente, como sempre, o ar fresco ainda corre em muitas escolas, que são as organizações que, sobretudo, aqui nos ocupa).

O que não é redundante é a reflexão que a entrevista como um todo e este escerto em particular certamente despoletam e, mesmo, exigem. É para ela que estão convidados os amigos (são todos) que nos visitam.

Para já o excerto.

"Portanto, as ferramentas de gestão são na realidade ferramentas de repressão, de dominação pelo medo.

Sim, o termo exacto é dominação; são técnicas de dominação.

Então, é preciso acabar com essas práticas?

Eu não diria que é preciso acabar com tudo. Acho que não devemos renunciar à avaliação, incluindo a individual. Mas é preciso renunciar a certas técnicas. Em particular, tudo o que é quantitativo e objectivo é falso e é preciso acabar com isso. Mas há avaliações que não são quantitativas e objectivas – a avaliação dos pares, da colectividade, a avaliação da beleza, da elegância de um trabalho, do facto de ser conforme às regras profissionais. Trata-se de avaliações assentes na qualidade e no desempenho do ofício. Mesmo a entrevista de avaliação pode ser interessante e as pessoas não são contra.

Mas sobretudo, a avaliação não deve ser apenas individual. É extremamente importante começar a concentrar os esforços na avaliação do trabalho colectivo e nomeadamente da cooperação, do contributo de cada um. Mas como não sabemos analisar a cooperação, analisa-se somente o desempenho individual.

O resultado é desastroso. Não é verdade que a qualidade da produção melhorou. A General Motors foi obrigada a alertar o mundo da má qualidade dos seus pneus; a Toyota teve de trocar um milhão de veículos por veículos novos ou reembolsar os clientes porque descobriu um defeito de fabrico. É essa a qualidade total japonesa?

Hoje, nos hospitais em França, a qualidade do trabalho não aumentou – diminui. O desempenho supostamente melhorou, mas isso não é verdade, porque não se toma em conta o que está a acontecer do lado do trabalho colectivo.

Temos de aprender a pensar o trabalho colectivo, de desenvolver métodos para o analisar, avaliar – para o cultivar. A riqueza do trabalho está aí, no trabalho colectivo como cooperação, como maneira de viver juntos. Se conseguirmos salvar isso no trabalho, ficamos com o melhor, aprendemos a respeitar os outros, a evitar a violência, aprendemos a falar, a defender o nosso ponto de vista e a ouvir o dos outros.
[…]
Uma empresa que defendesse os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade conseguiria sobreviver no actual contexto de mercado?

Hoje, estou em condições de responder pela afirmativa, porque tenho trabalhado com algumas empresas assim. Ao contrário do que se pensa, certas empresas e alguns patrões não participam do cinismo geral e pensam que a empresa não é só uma máquina de produzir e de ganhar dinheiro, mas também que há qualquer coisa de nobre na produção, que não pode ser posta de lado. Um exemplo fácil de perceber são os serviços públicos, cuja ética é permitir que os pobres sejam tão bem servidos como os ricos – que tenham aquecimento, telefone, electricidade. É possível, portanto, trabalhar no sentido da igualdade.

Há também muita gente que acha que produz coisas boas – os aviões, por exemplo, são coisas belas, são um sucesso tecnológico, podem progredir no sentido da protecção do ambiente. O lucro não é a única preocupação destas pessoas.

E, entre os empresários, há pessoas assim – não muitas, mas há. Pessoas muito instruídas que respeitam esse aspecto nobre. E, na sequência das histórias de suicídios, alguns desses empresários vieram ter comigo porque queriam repensar a avaliação do desempenho. Comecei a trabalhar com eles e está a dar resultados positivos.

O que fizeram?

Abandonaram a avaliação individual – aliás, esses patrões estavam totalmente fartos dela. Durante um encontro que tive com o presidente de uma das empresas, ele confessou-me, após um longo momento de reflexão, que o que mais odiava no seu trabalho era ter de fazer a avaliação dos seus subordinados e que essa era a altura mais infernal do ano. Surpreendente, não? E a razão que me deu foi que a avaliação individual não ajuda a resolver os problemas da empresa. Pelo contrário, agrava as coisas.

Neste caso, trata-se de uma pequena empresa privada que se preocupa com a qualidade da sua produção e não apenas por razões monetárias, mas por questões de bem-estar e convivialidade do consumidor final. O resultado é que pensar em termos de convivialidade faz melhorar a qualidade da produção e fará com que a empresa seja escolhida pelos clientes face a outras do mesmo ramo.
Para o conseguir, foi preciso que existisse cooperação dentro da empresa, sinergias entre as pessoas e que os pontos de vista contraditórios pudessem ser discutidos. E isso só é possível num ambiente de confiança mútua, de lealdade, onde ninguém tem medo de arriscar falar alto.

Se conseguirmos mostrar cientificamente, numa ou duas empresas com grande visibilidade, que este tipo de organização do trabalho funciona, teremos dado um grande passo em frente".

"Um suicídio no trabalho é uma mensagem brutal"

Embora com algum atraso em relação à sua publicação no Público, reverenciamos e referenciamos hoje no Nós a entrevista de Christophe Dejours pela sua ctualidade e implicações no ensinar e aprender que estamos a promover nas nossas escolas, na família e na sociedade de um modo geral.

Às vezes sou assaltado por esta convicção perturbadora e preocupante: estamos a caminhar para o abismo encantados da vida, ocupados com as minudências de um quotidiano avassalador e extenuante. Distraídos e alienados. Na escola, no trabalho, na família, na sociedade.

"Nos últimos anos, três ferramentas de gestão estiveram na base de uma transformação radical da maneira como trabalhamos: a avaliação individual do desempenho, a exigência de “qualidade total” e o outsourcing. O fenómeno gerou doenças mentais ligadas ao trabalho. Christophe Dejours, especialista na matéria, desmonta a espiral de solidão e de desespero que pode levar ao suicídio.

Psiquiatra, psicanalista e professor no Conservatoire National des Arts et Métiers, em Paris, Christophe Dejours dirige ali o Laboratório de Psicologia do Trabalho e da Acção – uma das raras equipas no mundo que estuda a relação entre trabalho e doença mental. Esteve há dias em Lisboa, onde, de gravata amarela, cabeleira “à Beethoven” e olhos risonhos a espreitar por detrás de pequenos óculos de massa redondos, falou do sofrimento no trabalho. Não apenas do sofrimento enquanto gerador de patologias mentais ou de esgotamentos, mas sobretudo enquanto base para a realização pessoal. Não há “trabalho vivo” sem sofrimento, sem afecto, sem envolvimento pessoal, explicou. É o sofrimento que mobiliza a inteligência e guia a intuição no trabalho, que permite chegar à solução que se procura.

Claro que no outro extremo da escala, nas condições de injustiça ou de assédio que hoje em dia se vivem por vezes nas empresas, há um tipo de sofrimento no trabalho que conduz ao isolamento, ao desespero, à depressão. No seu último livro, publicado há uns meses em França e intitulado Suicide et Travail: Que Faire? , Dejours aborda especificamente a questão do suicídio no trabalho, que se tornou muito mediática com a vaga de suicídios que se verificou recentemente na France Télécom.

Depois da conferência, o médico e cientista falou com o P2 sobre as causas laborais desses gestos extremos, trágicos e irreversíveis. Mais geralmente, explicou-nos como a destruição pelos gestores dos elos sociais no trabalho nos fragiliza a todos perante a doença mental."
Entrevista

“O cancro também pode ser prevenido”

O mote das comemorações do Dia Mundial contra o Cancro, que hoje se assinala, é "o cancro também pode ser prevenido". O objectivo é lembrar que os estilos de vida saudáveis e a prevenção podem evitar até quatro em cada dez casos.

O cancro é a principal causa de morte no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, se não for tomada nenhuma medida, 84 milhões de pessoas venham a morrer de cancro entre 2005 e 2015.

Em Portugal, Carlos Oliveira, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, diz que a “grande bandeira hoje é chamar a atenção da população para a Linha Cancro, que pode ajudar as pessoas a nível nacional”.

Através do número 808 255 255 – que existe há cerca de dois anos - as pessoas com dúvidas podem esclarecer “qualquer aspecto relacionado com o cancro, desde o diagnóstico, tratamentos, a aspectos relacionados com a incidência e a alimentação”.

- Cancro do pulmão é a forma da doença que mata mais pessoas e poderá aumentar se as medidas de combate ao tabagismo não forem "muito intensificadas".

- Nos países desenvolvidos, as formas de cancro mais comuns são o da próstata, mama e cólon. Nos países em desenvolvimento, o cancro ataca mais o fígado, o estômago e o colo do útero.

Em relação ao mote adoptado neste dia, Carlos Oliveira explicou à Renascença que este está relacionado, por um lado, com o facto de o cancro poder ser provocado por vírus e até por bactérias. “No caso dos vírus sabe-se que um dos cancros mais frequentes a nível mundial e mesmo em Portugal é o Cancro do Colo do Útero, que pode ser evitado com a utilização de uma vacina conta o HPV – vírus responsável pelo aparecimento deste tumor, que se transmite através de contactos sexuais”; por outro, com a adopção de um estilo de vida mais saudável – dieta variável e sem excessos , não fumar e beber com moderação.
“No caso na alimentação, o recurso a dietas equilibradas, evitando produtos com maior actividade carcinogénica e consumindo aqueles que podem ajudar a prevenir - como os vegetais e as frutas. O cancro do pulmão pode ser em grande parte evitado se deixarmos de fumar, o consumo de tabaco aumenta o risco de outros tipos de tumores: cancro do colo do útero e cancro da bexiga”, explica.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dizeres Anónimos com Autor

"Si vous êtes pris dans le rêve de l'autre, vous êtes foutu"

Dizeres Anónimos com Autor

Inicia-se agora no Nós uma nova secção.
É uma secção constituída por citações de textos de tamanho variável,  sempre pequenos e nunca com o autor identificado. Sabemos bem no Nós que não há textos sem autor. Feliz ou infelizmente os textos não se escrevem a si mesmos. Têm um autor a quem devemos estar gratos pelo que pensaram, pelo que escreveram e no qual e pelo qual aprendemos a ler, a escrever, a pensar e, em larga medida, a ser. Então porquê não identificar o autor dos textos que serão usados nesta secção e apenas nesta secção? Por duas razões fundamentais:

1. Porque pensamos que, na linha dos hermeneutas e, sobretudo, Ricoeur, um texto deve valer por si mesmo, independentemente do seu autor.
Um texto vive da leitura que dele se faz. Melhor: um texto vive na leitura que o actualiza, que o torna actuante, que o faz activo, interventivo, capaz de dizer alguma coisa  a quem o lê no momento em que o lê. Independentemente do seu autor e do sentido que ele lhe quis atribuir. Deste modo, é ao leitor que compete valorizar o texto, que compete dizer o que o texto diz no momento em que o faz dizer. O interesse do texto está pois essencialmente na leitura.

É certo que apenas podemos ler o que está escrito. Mas é igualmente certo que um texto escrito apenas tem interesse quando o leitor lho reconhece e lho atribui na interpretação que dele faz, no momento em que a faz. Claro que todos sabemos que uma interpetação séria, rigorosa e justa apenas explicita o que já está no texto que interpreta. Não inventa, lê e interpreta na leitura contextualizada que faz. E assim faz do texto um ser que se alimenta dos leitores.

Deste modo, o sentido que se constrói na leitura resulta de um dinâmica triádica, que se desenvolve, por conseguinte, em três momentos:

1. Ler o que está no texto;
2. Ler o que não está no texto;
3. Construir o sentido na tensão entre o que está e não está no texto, entre o explícito e o implícito, entre o signo, a metáfora e o símbolo, entre a língua e a linguagem. Entre, enfim, o significado e a interpretação.

Em todo o caso, convém reafirmar o que se disse acima: o leitor não inventa, descobre! Des-cobre - mostra o que já existe mas está encoberto.

2. Apenas nesta secção se usarão textos sem identificação do autor porque no Nós abominamos o plágio. Portanto, todos os amigos que nos lerem nesta secção saberão à partida que todos os textos têm autor, estão identificados mas não é revelada a identificação. Sê-lo-à sempre que seja manifestado esse desejo.

Finalmente, sabemos também que a frase não é um texto. Mas também sabemos que há frases de tal modo profiquas, plurívocas ou polissémicas que vale a pena nelas mergulhar com a acutilância de que formos capazes. Por isso, as usaremos aqui.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

1970 - 40 anos

Há 40 anos foi El Condor pasa de Bridge over Troubled Waters.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Correntes 2010



Está disponível aqui o programa do Correntes D’Escritas 2010.
À beira mar com sol ou luar a festa da palavra.