sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Poema

As mãos

Como são belas as mãos
tão meigas sobre o regaço,
felizes como o abraço
fraterno de dois irmãos.

As tuas mãos são assim,
duas aves à espera
dos dias da Primavera
p'ra voarem até mim.

Voam ledas, livremente,
tão brancas, ágeis e leves,
mas tão frágeis e tão breves
em seu voo adolescente!

E pousam devagarinho,
como quem não quer pousar;
hesitam deixam-se estar,
e nas minhas fazem ninho.

António José Queirós

Sem comentários: