segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(In)comunicação burocrática na escola -Apresentação

Vêm aí tempos em que muito falará de burocracia. Tem sido sempre assim quando a ADD sai do turpor em que habitualmente se encontra.

O propósito do texto que agora começo a colocar aqui prende-se com a convicção segundo a qual a burocracia que caracteriza a organização da escola e da educação ser intrínseca e, livre-nos Deus, endémica ou, se preferirem, orgânica. É como se se tivesse instalado na estrutura orgânica (se de um organismo se tratar o que está longe de ser evidente) da organização escola e da educação e sem ela não pudesse já ser entendida ou considerada. Não deveria ser assim, deveríamos (ou deveremos?!) fazer com que assim não fosse. Claro. Todos estaremos de acordo. Contudo, voltamos à velha distinção kantiana entre “ser” e “dever ser”: o primeiro refere-se à realidade que nos é possível conhecer, à que empiricamente nos é dada; o segundo volta-se para o domínio ético, para o empenhamento livre e pessoal. O primeiro está marcado por uma certa passividade nossa, ou mais kantiano, uma “receptividade”, agora em relação ao “dever” não há passividade que nos possa valer: ou se é activo e, portanto, interventivo ou não há ética para ninguém. (Pois claro estão a pensar bem: nem toda a intervenção é eticamente louvável. Claro que também haverá quem esteja a pensar que mesmo não sendo louvável não deixa de ser uma ética. Bom, é melhor regressar a Kant…)

O texto que agora inicia a sua divulgação aqui já não é recente. Exponho-o sem alterações justamente porque, apesar de ter sido escrito para uma finalidade académica precisa há mais de uma década, me parecer ser interessante confrontá-lo com a actualidade e constatar quão distantes ou próximos estamos dele. Apresento-o em fragmentos (como os anteriores de resto) aproveitando a sua estrutura inicial. Para quem gosta de perspectivar a globalidade aqui vai:

Introdução
1. Burocracia na escola
1.1 Características principais das organizações burocráticas
1.2 Limites e disfunções da burocracia
1.3 E a escola?
2. A escola como sistema aberto e contingencial
Conclusão.

Sejam bem-vindos.

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