segunda-feira, 26 de julho de 2010

1970 - 40 anos

"Para mim a vida e a música são só uma questão de estilo"
(Miles Davis).

8 comentários:

Jorge Pimenta disse...

hum... a frase tem estilo, mas suspeito que haja algo mais que estilo na vida... ou não. se assim fosse, quem sabe a existência não desabrochasse com a singeleza das pequenas coisas? quem sabe?
um abraço com o melhor dos estilos! :-)

jad disse...

Abraço também, Jorge.

Tens razão: há mais do que estilo na vida! Mas não deixa de ser interessante imaginar o mundo e a vida através da harmonia matemática das notas musicais e imaginar as guerras feitas de solfejos e compassos, de breves e colcheias, mais as mínimas e as semi. Já imaginaste como seria interessante uma guerra entre o fagote e a 1ª viola? E como seria impressionante uma batalha entre o Hendrix e o Page ou entre Lucia e Segóvia?

Lembras-te da cavalgada das valquírias no "apocalipse now"?
Aqui está uma boa maneira de nos acordar do sonho...

Abraço, Jorge. É sempre bom ver as tuas pegadas aqui.

Em@ disse...

Nem imaginas como gosto deste "gajo".obrigada.
Eu que vivo rodeada de músicos, já vi e ouvi muitos despiques guerreiros entre vários instrumentos ...por acaso o fagote é um dos instrumentos de sopro meus preferidos.

E apesar da pergunta não ser para mim, lembro-me muito bem dessa parte do "apocalipse now".
acho que nem discordo, assim tanto, com a frase do Miles...

abraço

Jorge Pimenta disse...

oh, se lembro... tinha alguns 13 anos e recordo-me de que passei umas quantas noites em branco... ufa... recordo-me também da roleta russa em "o caçador" que igualmente me consumiu a serenidade de outras tantas noites...
um abraço!

jad disse...

Dessa cena de "O caçador" ainda sinto o rosto franzido de cada vez que me vem à memória. Poucos filmes vi com cenas tão brutalmente violentas como essa.

Imagino-te, Jorge, encolhido por uma perplexidade perturbante sentindo o cheiro a napalm dentro da música heróica de Wagner. (Ou serei eu nesse retrato?).

Abraço

jad disse...

Sabes, Em@, há na orquestra dois instrumentos de que gosto especialmente: o fagote e o oboé. Ambos melancólicos, ambos introvertidos, ambos habitados por uma nostalgia que me fecha os olhos para melhor sentir. Ambos também capazes de nos elevarem além da nossa condição terráquia através de sequências frásicas mozartianas, por exemplo.

Há um outro instrumento que me desconcerta no seu som miúdo, quase metálico, banal nas bandas de coreto. Mas quando aparece no concerto de Mozart, especialmente no "adagio", então, toda a sua humildade fónica se transfigura numa catártica prece que nos embala até ao fundo de nós, até ao silêncio de nós. É o clarinete.

Abraço, Em@

Em@ disse...

Também gosto do oboé, e gosto de quase todos os instrumentos metálicos. o único instrumento que menos gosto é o acordeão, e isto muito por causa dos ranchos folclóricos.
aqui há uns anos, conheci uma búlgara, através do F. e da qual fiquei amiga, que me fez gostar do instrumento por ser uma virtuosa....infelizmente ela já partiu para parte incerta...
mas gosto da concertina da música popular francesa...
um araço

Em@ disse...

---> era aBraço , claro.
sorry