terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Saudação

Era o início do dia, os mecânicos cumprimentavam-se. Saudavam-se sorridentes. Ele vestia de azul, calças e tshirt, barriga saliente, redonda, de cerveja, diz-se. Cruzou-se com outro mecânico entre automóveis de boca aberta. Saudou-o.

Ainda bem que te beijo.
Beijo de ver
não de beijar
que isso não é para homens.

Gargalharam, cúmplices e satisfeitos na sua masculinidade sublinhada.

4 comentários:

Em@ disse...

E biba a pronúncia do Nuorte, carago!

Achei este texto delicioso, com uma mordacidade ternurenta. :)

Boa nôte!

Elenáro disse...

Já me puseste a rir, jad! XD

Um abraço!

jad disse...

Obrigado, Em@.

É giro, não é?
O encantamento que o dizer nos dá nas suas virtualidades polissémicas, colorido com os regionalismos que nos caracterizam de norte a sul, ilhas incluídas, é, de facto, uma delícia que devemos apreciar, respeitar e preservar. Quando tudo isto é apimentado com a ironia sadia e espontânea temos que rebolar-nos por dentro contentes com o riso.

jad disse...

Pudera, Elenáro! Como poderíamos ficar indiferentes a esta delícia?!

Imaginas as gargalhadas que dei para dentro quando ouvi, logo pela manhã, esta jóia de humor e ironia frescos e puros?

Somos um povo incrível (para o bem e para o mal, claro).

Abraço.