segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Talvez Poema

13.
As palavras

As palavras soltam-se das mãos
hábeis do artesão
que as trabalha com a ternura
que se dedica aos seres
frágeis receoso
que se desvaneçam
em gestos desmedidos

As palavras instalam-se na voz
da escrita
que ouvidos atentos
hão-de alimentar nos sonhos
que hão-de semear
nas margens fugazes
do tempo
em que nos fazemos

As palavras são a voz
do silêncio primordial
que nos habita

4 comentários:

Em@ disse...

Na pele da língua
nascem as palavras
que alimento
numa grafia redonda
as mensagens
que escrevo na areia.
.
Depois o mar
enrola-as muito bem
e
nascem
pedrinhas roladas
e
conchas vazias
que eu escolho e recolho
atentamente.

Em@

jad disse...

Muito obrigado, Em@. Lindo!

Num mundo cada vez mais dominado pela imagem faz bem ir povoando o pensar com a fala que nos identifica. Somos o que somos pelo linguajar com que nos fomos fazendo.
Estou convencido que é aí que se ganha ou se perde a humanização e a educação que a ela ambiciona.
Também por isso, obrigado e parabéns pelo que tens dito.

Em@ disse...

É isso mesmo,jad.
obrigada também eu.
Boa noite.
:)

Em@ disse...

Tens um selo no meu blogue. Caso o queiras, vai lá pf e trá-lo.
Abraço