Poemas são como vitrais pintados!
Poemas são como vitrais pintados!
Se olharmos da praça para a igreja,
Tudo é escuro e sombrio;
E é assim que o Senhor Burguês os vê.
Ficará agastado? — Que lhe preste!...
E agastado fique toda a vida!
Mas — vamos! — vinde vós cá para dentro,
Saudai a sagrada capela!
De repente tudo é claro de cores:
Súbito brilham histórias e ornatos;
Sente-se um presságio neste esplendor nobre;
Isto, sim, que é pra vós, filhos de Deus!
Edificai-vos, regalai os olhos!
Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"
Tradução de Paulo Quintela
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3 comentários:
Adoro poemas, adoro vitrais.
Obrigada, Jad, por este mesmo que seja de outro... (e que outro!)
Óptimo, Em@. Pois é... "e que outro!".
Os poemas e os vitrais apenas têm sentido quando neles se entra, quando se olham de dentro.
E, mesmo assim, nem todos conseguem ver.
Mas isso leváva-nos a outra conversa.
Quando estive em Chartres, encantado com o arco-íris nascido dos 2600m2 de vitrais, fui colocar-me em frente ao azul cobalto mais admirado de todos os azuis de Notre-Dame de la Belle Virrière e ali fiquei hipnotizado pela magnificência dos 2m30 daquela figura de luz. É deslumbrante.
Poder-se-ia dizer que se trata de um poema de luz e de silêncio. Como os poemas devem ser, creio. Era possivelmente a isso que Goethe se referia. E é isso que faz uns "poemas", outros "talvez poemas"...
Obrigado, Em@. É sempre um gosto receber a visita de gente interessante.
Olá JAD.
Surpreendente exercício de espontânea lucidez e iluminação, sem dúvida.
Mas insiste em chamar poetas aos outros e quase poeta a si porquê?
Deixe-nos decidir sobre a matéria...
Um abraço.
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