quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Talvez poema

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Despedida

Da tua poltrona de morte solta-se o grito impotente
no silêncio de dor e coragem com que fizeste tua condição
de mãe

Nasceste comigo no grito de amor e de prece
e cedo teus olhos de âmbar escureceram tristes
com a dor sem remédio
com que de negro vestiste
teu corpo curvado
envelhecido

Escapa-se-te o sonho!
Morres-te!
Restas-te na memória antiga dos sonhos que fizeste.

Desde sempre habitas meus passos andarilhos
da vida inquieta
que em ti nasceu.

Sobras-me na memória do tempo que em ti se fez
Sobras-me inteira no silêncio do arco-íris

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